Teleconsulta: Novos Desafios
A pandemia COVID-19 desafiou o conceito tradicional de consulta, levando à necessidade de realização de consultas não presenciais, através da teleconsulta. Esta nova forma de realização de consulta permitiu que os cuidados de saúde fossem assegurados aos utentes durante a pandemia.
As tecnologias de informação e comunicação já eram utilizadas anteriormente para troca de informações entre serviços de saúde, partilha de resultados de exames de diagnóstico e, na USF Gualtar, como forma do utente entrar em contacto com a sua Equipa de Saúde, quer através do telefone ou do email. No entanto, pelo risco de contágio gerado pela pandemia COVID-19, a consulta, que até à data era realizada presencialmente, passou a ser realizada por teleconsulta quando a relação benefício/risco é favorável ao utente. E em que consiste ao certo a teleconsulta? Constitui uma prática clínica realizada à distância, com recurso a ferramentas de comunicação, nomeadamente o telefone, a videochamada ou o email.
Apesar de ser uma prática que está a emergir, estando sempre associada a uma fase de adaptação quer por parte dos profissionais de saúde como dos utentes, a teleconsulta oferece vantagens. Permite diminuir a distância entre o utente e o profissional, criando uma maior acessibilidade aos cuidados de saúde e continuidade de cuidados, mesmo durante o período da pandemia e proteger os utentes, diminuindo o risco de contágio.
Existem algumas desvantagens como a dificuldade de alguns utentes em utilizar as tecnologias, sobretudo o email. Do ponto de vista do profissional não permite observar a linguagem não-verbal do utente, que por vezes se sobrepõe à sua linguagem verbal, nem a realização do exame físico.
No entanto, torna-se fundamental referir que nas situações que não sejam passíveis de ser orientadas por teleconsulta, o utente continuará a ser avaliado presencialmente na USF.
A nova realidade causada pela pandemia levou à necessidade de adaptação e desenvolvimento da teleconsulta. É possível que este seja um instrumento que venha a ser cada vez mais utilizado no futuro, dadas as suas vantagens. Contudo, a realização de consultas presenciais será sempre de grande importância, permitindo aprofundar a relação médico-doente.
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Joana Costa
Médica Interna de Medicina Geral e Familiar